Um dos maiores romances eróticos da literatura
brasileira, esse livro vai lhe seduzir desde a primeira página.
Por Renato Cavalcanti
Por Renato Cavalcanti
A Casa dos Budas Ditosos começa com um prefácio
intrigante: CLB, uma idosa doente de 68 anos nascida na Bahia e residente no
Rio de Janeiro, teria narrado as suas memórias para alguém, que teria deixado
um pacote com a transcrição datilografada de várias fitas na portaria do
edifício onde João Ubaldo Ribeiro trabalhava. Seria mesmo um relato verídico ou
apenas uma brincadeira do autor? Isso nunca vamos saber.
Foto: Livraria Cultura |
É impossível
ficar indiferente ao relato: a personagem rasga o verbo falando das suas
relações incestuosas com o irmão, tios e primos, seu envolvimento com um
professor enquanto cursava direito na universidade e suas aventuras no exterior
quando recebeu uma bolsa de pós-graduação. Com um apetite sexual voraz, ela diz
em certo momento que vida se resume a foder.
Com dedicatória “Para as mulheres”, o livro defende a
todo o momento a liberdade feminina, porém, com um modelo de feminismo
direto: mostra que ser feminista não é querer ser superior aos homens e sim,
ter os direitos de igualdade e de liberdade para fazer o que quiser com a sua
vida, sem julgamentos. Assim, CLB declara: “O
próprio machismo se voltou contra os machões, tornou o homem prisioneiro dele
mesmo, obrigado a não chorar, não broxar, não afrouxar, não pedir penico."
Escrito por João Ubaldo Ribeiro – membro da
Academia Brasileiras de Letras e vencedor do Prêmio Camões, maior premiação
dada aos autores que contribuem com a literatura em língua portuguesa – esse
livro é ao mesmo tempo um relato social, histórico e pornô, com muita
libidinagem. Com certeza, é um depoimento original, obsceno e explícito, que
vai lhe causar espanto e lhe fazer pensar sobre o sexo sem a ótica dos tabus
impostos pela sociedade. Afinal, por que não ler e falar de sexo sem
frescuras?
Foto: Leonardo Aversa / Agência O Globo |
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