Netflix lança a primeira série nacional que traz temas polêmicos num país pós-apocalíptico. Por Janaína Barbant Foto: divulgação Em...

Série 3% e o retrato de um Brasil distópico

Netflix lança a primeira série nacional que traz temas polêmicos num país pós-apocalíptico.
Por Janaína Barbant
Foto: divulgação
Em um futuro distópico, a maioria da população vive no "lado de cá", em um estado de pobreza e violência, mas ao completar 20 anos, as pessoas têm uma única chance de participar de uma seleção conhecida como "Processo". No final, serão selecionados apenas 3% dos candidatos para ter acesso ao Maralto, um lugar perfeito, cheio de fartura e riqueza. 

A premissa é boa e vivida com muita intensidade no nosso país. Ao assistir os primeiros episódios, já há um choque de realidade. Uma sociedade desigual e meritocrática, onde poucos têm acesso a muito e muitos têm acesso a pouco.

Essa é a primeira série original brasileira produzida pela Netflix e teve sua estreia no dia 25 desse mês. Com oito episódios já disponíveis, ela está sendo exibida em 190 países que possuem o serviço streaming.

Esse tema de cenário dividido em dois extremos não é algo totalmente original e inovador, mas 3% não deixa a desejar. A ideia original já havia sido lançada em 2011 pelo roteirista Pedro Aguilera, através de um curta piloto no YouTube.

A série traz a direção geral de César Charlone, indicado ao Oscar de fotografia por Cidade de Deus e traz atores de renome, como João Miguel, Bianca Comparato, Sérgio Mamberti e Zezé Motta. Algo bem bacana foi a exploração da diversidade, trazendo um cadeirante como um dos personagens principais e negros em diferentes níveis e posições sociais. E claro, ótimas personagens femininas e de grande expressão na trama.

3% pode tratar de um futuro hipotético, mas não muito distante da atual e injusta realidade. Pode servir como um alerta para a situação a qual vivemos, e sem dúvidas, um motivo de orgulho para a produção cinematográfica brasileira.

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