Os ônibus de Madrid vão incluir um sinal para evitar o "manspreading". Tudo começou com uma petição online. Por Renato Cavalcan...

Juntar as pernas no transporte público: não custa nada

Os ônibus de Madrid vão incluir um sinal para evitar o "manspreading". Tudo começou com uma petição online.
Por Renato Cavalcanti

Ilustração: La Repubblica
Quem nunca precisou lutar por espaço ao se sentar no transporte público porque a pessoa ao lado estava sentada de pernas escancaradas? Isso se chama manspreading: a postura dos homens que abrem excessivamente as pernas quando se sentam, ocupando mais de um lugar. Isso, além de ser muito  incômodo, muitas vezes chega a impedir que uma pessoa possa ocupar o assento.

Em Madrid, isso pode estar com os dias contados. Uma reivindicação surgiu neste ano, quando o grupo Mujeres En Lucha começou uma campanha online para o #nomanspreading. A petição contou com mais de 11.500 assinaturas e fazia este mesmo apelo aos homens: manterem as pernas fechadas. A Empresa Municipal de Transportes (EMT) trabalhou em conjunto com a Área de Políticas de Gênero e Diversidade da capital madrilenha para incorporar esta proposta.

Foto: EMT/Divulgação
Neste mês, a EMT anunciou que vai incluir na sua frota de ônibus um aviso para evitar o manspreading ou despatarre, em espanhol. O aviso será integrado no novo painel informativo com as habituais recomendações aos passageiros, como não fumar, usar fones de ouvido e ceder o lugar a idosos e gestantes. Tal iniciativa já acontece em outras cidades como Tóquio, Seattle e Nova Iorque.

O objetivo, afinal, é lembrar a necessidade de respeitar o espaço das demais pessoas, dentro dos ônibus ou trens. Aqui em São Paulo, ainda falta bom senso. Uma campanha como essa deveria ser feita não apenas pela SPtrans, mas também pelo Metrô e CPTM. Um simples ato civilizado ajuda a tornar a viagem mais agradável, sobretudo numa cidade tão populosa e com um grande déficit no transporte público.

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