Porque
nem sempre algo que não é desafiador é sinônimo de ruim.
Por Janaína Barbant
Foto: Simone Marinho / Agência O Globo |
Sempre achei que leitores assíduos tivessem apenas preconceitos
com aqueles que não lessem nenhum livro. Aliás, essa palavra “preconceito” já
me soa um pouco forte, pois ao invés de criticar, quem lê poderia mostrar e
incentivar os prazeres e benefícios que os livros podem trazer para nós, no
pessoal e perante a sociedade.
Os jovens estão lendo bastante. O que acontece é que na minha época, aos 13 anos lia-se Dom Casmurro, enquanto hoje os adolescentes estão
lendo Harry Potter, livros de YouTubers e outros best sellers juvenis. O que
acho ótimo, pois as pessoas estão lendo. Mas tem gente que ainda critica.
Clássicos da literatura brasileira e mundial devem ser lidos por
todos. Eu achei a história de Bentinho e Capitu incrível, mas não aos 13 anos
de idade. A primeira vez que li não tinha maturidade suficiente para entender a
grandeza e importância deste livro, por isso odiei. E odiei em primeira
estância todos os livros que fui obrigada a ler pela escola.
A sorte é que depois de anos reli todos e me apaixonei pela
maioria, mas confesso que tudo teria sido mais fácil se a minha iniciação
literária tivesse sido com livros mais fáceis e acessíveis ao meu vocabulário e à minha realidade.
Acho
bem mais válido um adolescente começar com John Green e depois descobrir Shakespeare. E se quiser continuar com “A culpa é das estrelas” pelo resto da
vida, também não tem problema nenhum. Como ouvi uma vez: “Ler Crepúsculo não é o
mesmo que ler Tolstói, mas pelo menos não é televisão”.
Nem
sempre a leitura deve ser “boa pra você” intelectualmente, nutrindo e
enriquecendo a sua vida. A leitura pode apenas ser prazerosa e agradável. Então,
pare de colocar pra baixo quem só lê “livros da moda” e não os clássicos da
literatura.
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